O que é pedagogia de projetos? Descubra agora mesmo! Você acha que o papel da escola vai além da transmissão de conhecimento?
E, você acha que também é importante ensinar aos alunos como analisar problemas do mundo real, conduzir pesquisas para melhor compreendê-los e propor soluções?
Se você respondeu sim, você vai gostar do artigo que escrevemos sobre pedagogia de projetos, uma perspectiva que vai além da memorização e do aprendizado com conteúdo pré-fabricado.
Então, acompanhe nosso post para saber mais sobre o que é pedagogia de projetos, suas características, benefícios e outros pontos relacionados. Boa leitura!
O que é pedagogia de projetos?
A pedagogia de projetos, defendida pelo filósofo americano John Dewey, foi estudada pela primeira vez no final do século XIX e início do século XX, e afirma que uma criança aprende a resolver problemas no mundo real, particularmente, e que isso influencia muita tomada de decisões na idade adulta
Como resultado, a pedagogia do projeto se concentra em proporcionar conhecimento e aprendizagem baseados em experiências vividas em uma realidade projetada dentro do ambiente escolar e guiada pelos educadores da instituição – com a assistência e o acompanhamento dos pais, tutores e outros representantes do núcleo familiar também sendo importante.
Ou seja, os trabalhos, projetos e culminâncias bem conhecidos da escola são na verdade parte de uma metodologia um pouco mais complexa que permite à criança lidar com situações típicas de um ambiente de trabalho ou de uma equipe de pessoas de diferentes grupos sociais enquanto ainda na infância.
A pedagogia do projeto tem quatro características
Pedagogia afetiva, pensamento de projeto e educação criativa são algumas das metodologias utilizadas na sala de aula para melhorar o aprendizado. Além disso, a pedagogia de projeto pode ser combinada com esses outros métodos para criar uma estratégia de ensino abrangente.
Então, quais são as características da pedagogia de projeto, e como ela pode ser usada em conjunto com outros métodos? Para ajudá-lo a entender, listamos os quatro aspectos principais abaixo, juntamente com detalhes sobre como esta metodologia difere das outras:
Intencionalidade
A definição do objetivo de pesquisa do estudante é referida como intencionalidade. O professor estabelece esta meta, que pode ser múltipla com base nos benefícios e aprendizado que o plano de aula sugere para a classe durante aquele período de tempo.
O tema central do projeto, entretanto, continua sendo a escolha do aluno. A intencionalidade é também a base para o resto da programação e estrutura do projeto.
Em outras palavras, é onde você descobrirá se o projeto será feito em grupos, se haverá um evento comemorativo no final, quantos relatórios a equipe ou o aluno deverá produzir durante a pesquisa e qual será o objetivo final do projeto.
Estas são apenas algumas das questões que o educador e a equipe organizadora devem abordar.
Flexibilidade
É também importante notar que este método é extremamente adaptável. Dito de outra forma, cada classe tem seu próprio conjunto de interesses, ritmos e peculiaridades. É fundamental compreendê-los e reconhecer que os resultados serão sempre únicos.
É inútil esperar que todos os alunos trabalhem e participem da mesma maneira. Cada grupo é distinto e tem suas próprias características, portanto, o projeto deve ser adaptado às suas necessidades específicas.
Multidisciplinaridade
É improvável que um projeto que se concentre apenas em uma disciplina ou área de conhecimento seja concluído.
A linguagem, a sociedade e a história, por exemplo, aparecem frequentemente em todos os tipos de trabalhos, incluindo matemática, física e química; não é surpresa que muitos dos maiores cientistas e matemáticos da história também tenham sido filósofos. Como resultado, a multidisciplinaridade é um aliado chave na pedagogia do projeto.
Mesmo se uma disciplina é o foco do trabalho, a quantidade de conhecimento adquirido com este recurso é incalculável. E tenha isto em mente: conectar áreas díspares é a chave para gerar novas linhas de raciocínio, incentivar a criatividade e promover uma ampla disseminação de informações na educação básica.
Engajamento
O aprendizado baseado em projetos requer uma classe engajada, bem como professores proativos que possam propor ideias e estudos.
Afinal, esta metodologia envolve os alunos em um papel muito ativo, ao contrário do modelo tradicional de sala de aula, no qual apenas os educadores interagem na maioria das vezes.
Há várias sugestões para manter os pequenos engajados, tais como o role-playing educacional (alunos são convidados a atuar em determinado contexto), que permite que as crianças aprendam jogando e exercendo suas funções executivas enquanto se socializam com seus colegas de classe. Todas estas atividades, porém, devem ser bem mediadas pelo educador.
Qual a relação com o construtivismo?
O construtivismo e a pedagogia de projetos compartilham uma insatisfação com um sistema educacional que insiste em continuar esta forma particular de transmissão, na qual os estudantes repetem, recitam, aprendem e ensinam o que já foi feito, ao invés de agir, operar, criar e construir a partir da realidade vivida por estudantes e professores, ou seja, a sociedade.
A relação ensino-aprendizagem na pedagogia do projeto está centrada na construção do conhecimento de uma forma dinâmica, contextualizada, compartilhada, que envolve efetivamente estudantes e educadores em um processo mútuo de troca de experiências.
Dessa forma, a aprendizagem torna-se agradável nesta postura porque é motivada e satisfeita pelos interesses dos envolvidos no processo, assim como pela realidade em que estão inseridos.
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John Dewey e a pedagogia de projetos
John Dewey nasceu nos Estados Unidos em 1859. Ele começou sua carreira na Universidade de Michigan como professor de filosofia.
Dewey foi nomeado diretor do Departamento de Filosofia da Universidade de Chicago em 1894. E, Dewey estabeleceu uma escola elementar experimental no Departamento de Pedagogia desta universidade e começou a organizar um trabalho que serviria como base para seus trabalhos posteriores, como “Educação e Sociedade”, publicado em 1899, e “Educação e Democracia”, publicado em 1916.
Dewey também desenvolveu uma filosofia educacional ao longo de sua vida, até sua morte em 1952. Ele é amplamente considerado como o maior teórico americano do século XX.
O autor da teoria da Nova Escola argumentou contra o sistema educacional tradicional, propondo um modelo de ensino-aprendizagem que focalizava o aluno como seu tema.
O aprendizado também deveria começar com uma problematização do conhecimento prévio do aluno, de acordo com a teoria. Ele foi um importante ativista e defensor da democracia, assim como um participante de movimentos sociais.
Com a ajuda dele e de William Kilpatrick, nasceu a proposta da “metodologia do projeto”. Dewey acreditava que a educação era mais do que apenas uma maneira de se preparar para a vida; era a própria vida.
Assim, aprende-se fazendo, experimentando sentimentos, adotando atitudes em relação aos fatos e selecionando procedimentos para alcançar objetivos específicos, e se ensina não apenas pelas respostas dadas, mas principalmente pelas experiências proporcionadas, pelos problemas criados e pela ação desencadeada.
As ideias de Dewey são vastas e complicadas. É necessário observar suas concepções de pessoa, razão e desenvolvimento, assim como suas concepções de educação, escola e conteúdo curricular, a fim de compreendê-las.
As escolas que agiram numa linha de obediência e submissão, de acordo com Dewey, foram ineficazes no processo de ensino-aprendizagem. Seu trabalho influenciou vários países, incluindo o movimento Escola Nova no Brasil, e estava de acordo com o pensamento liberal americano.
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Muito bom o texto sobre pedagogia de projetos.